Os serviços secretos americanos vigiam o mundo.
O Information Awareness Office (IAO) foi criado por um antigo conselheiro para a segurança nacional do presidente Ronald Reagan, John Poindexter (implicado no caso "Irangate") pelo Defense Advanced Research Project Agency (DARPA).
Quando o DARPA do Pentágono criou o Information Awareness Office in 2002, a missão declarada deste gabinete era colectar tanta informação quanto possível sobre cidadãos americanos e armazená-la numa meta base de dados centralizada para exame atento das agências secretas do Estado.
O programa principal dessa agência era o chamado Total Information Awareness (Conhecimento Total da Informação), um nome assustador de controle das populações e que, por pressão da opinião pública foi renomeado em 2003 de Terrorism Information Awareness, dado que a luta contra o terrorismo estava na moda e assim seria aceite pela população como sende necessário.
O seu financiamento deixou de ser público para ter uma origem privada, nele encontramos nomes como a Booz Allen Hamilton, Lockheed Martin, Raytheon, The Analysis Group e SAIC, o 21st Century Technologies, Inc., Evolving Logic, Global InfoTech, Inc. e ainda o Fund For Peace.
Quando o Congresso matou o programa DARPA em 2004, a maior parte dos críticos acreditou que era o fim do assalto do Pentágono à inteligência interna. Contudo, como aprendemos, a porção de data-mining do programa foi entregue a um conjunto de agências do estado, incluindo a National Security Agency, a Defense Intelligence Agency e o FBI.
Actualmente ninguém sabe exactamente qual o actual desenvolvimento destes programas sob a administração de Obama, dado que a anunciada morte do Total Information Awareness o tornou ainda mais oculto.
Tudo vigiado.
A informação incluída pelo IAO no conjunto de dados incluía actividade na Internet, histórias de compras com cartões de crédito, compras de bilhetes aéreos e itinerários de viagens, registos de aluguer de carros, histórias clínicas, transcrições educacionais, licenças de condutor, números de segurança social, contas de empresas de serviços públicos, devoluções de impostos, na verdade qualquer registo imaginável.
O jornalista de investigação Ryan Singel escreve: "O sistema em crescimento rápido de data-mining do FBI, apregoado como uma ferramenta para caçar terroristas, está a ser utilizado em investigações de hackers e criminalidade interna. Actualmente contém dezenas de milhares de registos de bases de dados corporativas privadas, incluindo companhias de aluguer de carros, grandes cadeias de hotel e pelo menos uma loja nacional de departamentos".
(Ryan Singel, "FBI's Data-Mining System Sifts Airline, Hotel, Car-Rental Records, Wired, September 23, 2009)
Refere ainda: "Dentre os ítens da sua lista de desejos, está a base de dados da Airlines Reporting Corporation (ARC) – uma companhia que efectua um sistema de backend para agências de viagem e companhias de aviação. Ao meter o nariz nos dados do ARC, o FBI tem acesso ilimitado a milhares de milhões de itinerários americanos, bem como à informação que dão a agências de viagem tais como data de nascimento, números de cartão de crédito, nomes de amigos e família, endereços email, preferências alimentares e informação de saúde".
Como escreveu um comentador anónimo deste blogue, a propósito de um outro artigo: " é mais do que certo, que toda a informação recolhida pelos Censos 2011, irá parar a essa gigantesca base de dados criada por aquele programa americano".
O que é a IAO:
O IAO é constituido por 8 unidades:
Genysis: encarregue de tornar compatíveis as informações recolhidas nos dados públicos mundiais,
Genoa II: esplaração clandestina de bases de dados informatizados,
TIDES ("marés"): encarregue de traduzir automaticamente para o inglês as línguas de todo mundo, segundo o esquema seguinte:
EELD (Evidence Extraction and Links Discovery): interpretação das informações recolhidas segundo o método de data-mining,
EARS ("orelhas"): transforma em texto escrito as comunicações orais interceptadas,
Bio-vigilância: recolhe informações sobre uma possível contaminação por agentes biológicos,
Human Identification at Distance (HID): desenvolve processos biométricos de identificação à distância no meio de uma multidão por meio de câmaras:
War Gaming the Asymetric Environment (WAE): simulação de ambientes assimétricos.
Redes sociais: vigiadas.
Os milhões de utilizadores do Facebook, como de outras redes sociais, não sabem quem criou e financiou essas redes destinadas a recolher dados pessoais fornecidos ingénuamente pelos seus assinantes.
Vejamos o exemplo do Facebook.
Oficialmente, o Facebook foi concebido pelo jovem Mark Zuckerberg, mas o capital inicial de 500 000 dólares provem do Pay Pal fundado por Peter Thiel.
Peter Thiel tem ligações com o "think tank" neoconservador americano Vanguard PAC, o seu CEO, Rod Martin, amigo da administração Bush, preside o potente lobby de armas: National Rifle Association.
12 700 milhões de dólares vieram de James Breyer, CEO da InQtel, empresa de tecnologia da informação criada pela CIA
Mais tarde vários milhões de dólares surgiram de fontes muito próximas do DARPA, da CIA e do departamento da defesa americano.
No organigrama seguinte, podemos podemos visualizar as ligações de Facebook com as várias instituições de defesa americanas:
A empresa Facebook está avaliada em 15 mil milhões de dólares.
Hoje em dia, Facebook é a maior base de dados qualitativos pessoais. A finalidade real do Facebook é o de construir um gráfico social, uma espécie de cartografia gigante das redes humanas.
Utilização dos dados do Facebook...
Nem se pode dizer que quem adere ao Facebook não saiba que os seus dados podem ser utilizados por terceiros, claro que a maioria das pessoas não repara nas entrelinhas do contrato.
Nele está escrito que o Facebook reservas-se o direito de comunicar os dados a terceiro: "may share your information with third parties, including responsible companies with which we have a relationship".
Também está escrito de forma clara, a possibilidade da transferência dos dados às agências governamentais: "this may include sharing information with other companies, lawyers, agents or government agencies".
Por fim, quem adere ao Facebook consente que esses mesmos dados sejam transferidos para os Estados Unidos:"By using Facebook, you are consenting to have your personal data transferred to, and processed in, the United States".
Internet: vigiada.
Hoje em dia parece impossível viver sem a Internet, mas aqui também, a construção e o desenvolvimento desta rede planetária fui bem pensado.
Numa primeira fase, era necessário controlar os fluxos de informação, por isso todos os servidores de base estão localizados nos Estados Unidos ou nos país "amigos" e deles dependentes.
Numa fase seguinte, foram criados motores de busca (Google, Yahoo) que indexam, copiam e controlam todas as paginas existentes na Internet.
Finalmente apareceram "simpáticos" investidores que ofereceram serviços gratuitos aos internautas: "chat", "grupos", "comunidades", "msn",...
O último "achado" dos serviços secretos americanos para controlar os seres humanos foi o aparecimento das redes sociais, onde as pessoas fornecem ingénuamente uma enorme quantidade de dados pessoais: o núcleo de amigos, os gostos, os hobies, as simpatia política, quando não são directamente fornecidos os nomes e moradas reais.
A esse propósito, foi o Google que investiu na criação de um API (interface de programação) comum a todas as redes sociais para facilitar a troca de informações, o que também permite a recolha uniformizada dessas mesmo informações.
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