quarta-feira, 23 de março de 2011

EUA criam programa para manipular com perfis falsos o que é dito em redes sociais

RIO – Os que acreditam em teorias da conspiração ganharam mais um incentivo à crença nesta sexta-feira.

Reportagem do jornal britânico “The Guardian”

revelou que as Forças Armadas americanas estão desenvolvendo um software para manipular redes sociais como Twitter e Facebook por meio de perfis falsos.



O objetivo é influenciar no que é dito nesses sites, disseminando propaganda pró-EUA e combatendo discursos “extremistas” e contrários ao país.

Contratada por US$ 2,76 milhões pela United States Central Command (Centcom), órgão que supervisiona operações militares dos EUA no Oriente Médio e na Ásia Central, a empresa californiana Ntrepid está criando o programa, que permitirá que cada agente americano controle dez perfis na rede.

O contrato exige do software que os perfis tenham origem em servidores baseados em vários lugares do mundo e possuam uma “história convincente” (ou seja, detalhes que passem a impressão de se tratar de uma pessoa real). A Centcom também pediu que o sistema permita que mais de 50 agentes sejam capazes de controlar as contas desde suas estações de trabalho nos EUA, “sem o medo de serem descobertos por adversários sofisticados”.

O governo americano designará um local – provavelmente na toda-poderosa base aérea MacDill, na Flórida – onde os agentes trabalharão exclusivamente nas redes sociais. Acredita-se que o contrato esteja dentro da Operação Earnest Voice (OEV), um colosso de estimados US$ 200 milhões criado originalmente para combater a presença on-line de apoiadores da al-Qaeda na guerra do Iraque e que estendeu sua atuação para o restante do Oriente Médio.

Por considerar ilegal direcionar o uso da tecnologia contra audiências americanas, a Centcom decidiu que toda ação será feita em línguas estrangeiras, entre elas árabe, farsi, urdo e pachto.

- A tecnologia suporta atividades blogueiras secretas de sites em línguas estrangeiras de modo a permitir que a Centcom combata extremistas violentos e propaganda inimiga fora dos Estados Unidos – afirmou o comandante Bill Speaks, porta-voz da Centcom.

O analista especializado em novas tecnologias Jeff Jarvis afirmou ao “Guardian” que o projeto é contrário à liberdade de expressão na internet e que seu único objetivo é controlar a sociedade.

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